quinta-feira, 3 de setembro de 2009

CORONA

Inicio. Procuro o significado dessa palavra, para assim dar um sentido àquilo que pretendo daqui. Talvez não seja um sentido, seja criar um caminho, ou vários, para me poder seguir e dizer quem sou, como sou, como estou. Poderia começar com o meu nome, coisas sobre a minha familia, amigos, o meu estado de espirito. Mas nada disso interessa, pelo menos para já. Fico parado largos segundos, estático, a olhar para o ecrã e a perguntar-me: o que vou escrever? Costumo tirar inspiração daquilo que me capta a atenção, nem que seja por um instante.
Ouço música como se estivesse numa conversação com alguém que acabo de conhecer. Expectativo, interessado, procuro saber a mensagem dessa pessoa, da pessoa que escreveu a musica, que a compôs e que a tocou, cantou. Como se essa pessoa estivesse a falar directamente comigo. Lembrei-me disto porque, antes de escrever, liguei o ipod e comecei a ouvir uma musica, já conhecida, que sempre que falou comigo me disse coisas diferentes, por vezes confusas, mas que sempre serviram para alguma coisa. Não consigo perceber as pessoas que não ouvem a musica, como se toda a combinação de sons que lhes chega aos ouvidos não passasse de um som sinusoidal, perfeito, mas incompleto, vazio.
Escrever, essa é outra das minhas aspirações, ou pelo menos inspirações, que eu procuro aperfeiçoar, embora me saia melhor quando o faço sem pensar demasiado, transpondo os pensamentos para o papel. Só lamento a minha mão não ser capaz de acompanhar o meu pensamento. Tenho a preferência de escrever à mão, as palavras ficam mais palpáveis, mais cruas, mais reais. E é essa a mensagem base que procuro transmitir quando muitas vezes escrevo e/ou apresento as minhas ideias. "Simplicity is the ultimate sophistication".
Não sei o que pretendo, nem o que esperar desta janela virtual onde os pensamentos se espalham em palavras, imagens e sons mas tenciono tirar e pôr algo, por mais ínfimo que seja, proveitoso e compensador. Decerto que existirá uma amálgama de sínteses que pode ninguém compreender, complexas ou simplificadas, empíricas ou meramente teóricas, mas tudo posso esperar. Ou nada.
Agora, leio e releio este discurso precário sobre mim e a minha personalidade e não consigo enquadrar um título a esta página. Provavelmente não terá título e a ausência do mesmo será o próprio, tornando-a mais misteriosa, mais anónima. Ou talvez não.
Voices - Dario G

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