quarta-feira, 23 de setembro de 2009




"A poesia do mundo reside na sua multipicidade"


E não só. O mundo fervelha de palavras que não se dizem, gestos que não se expressam, vontades que não se matam. Mas a sua presença paira no ar, contantemente. A multiplicidade faz do mundo e dos seres que nele residem uma particula espaciotemporal independente com aptidões estereotipadas. Mas é na própria multiplicidade que consiste o desigual, o equidistante das razões, emoções, sentidos e perspectivas que, apesar de sofrerem de um disturbio social de liberdade, existem e fazem de nós, aos nossos olhos, seres unicos e inigualáveis. A verdade é que tudo o nos rodeia acaba por ser igualmente unico, nas respectivas durações, subjectivas, pois é-nos transmitido através de nós, para os mesmos. Falar de multiplicidade é expressar, de um modo empirico, embora precário, aquilo que absorvamos do que nos rodeia, do que experienciamos, do que vivemos. Pois é impossivel multiplicar de igual modo a infinita diversidade de apreensões, compreensões e expressões com exactidão precisa e cirúrgica por cada indivíduo. Por exemplo, a excessiva utilização de léxico gramatical na minha compreensão e posterior expressão do que se afirma consistir a platónica poesia do mundo, não mostra nada mais que a equivalente intriga que apresento a esse mesmo assunto, uma intriga abstracta e não concreta, pois não me é possivel discordar, concordar ou fazer juizos de valor seja do que for quando não existe uma veracidade associada ao mesmo. Aquilo que pretendo com esse mesmo excesso é, talvez, reforçar, não aquilo que é, na verdade, a poesia do mundo, mas aquilo que o mundo apresenta ser para mim, ou representa. A poesia de emoções ou a prosa dos sentidos. Agora digam-me, o que pode significar o abusivo uso da língua para expressar seja o que for quando a capa da ideia, o cerne do pensamento, a introdução, aquilo que dá sentido e resume tudo o que pode ser dito, neste caso, o título, se apresenta nulo, vazio, sem quaisquer vestigios de síntese ou de sentimento?


Gary Go - Brooklin/Heart and Soul

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