segunda-feira, 8 de março de 2010

Music

Numa infinidade de notas, de sons, vemo-nos encurralados pela estirpe musical que nos assombra e àquilo que conhecemos, ansiando cada vez mais o que não conhecemos, procurando um novo som, um novo timbre. Simbolicamente referimo-nos à vida como uma pauta, irremediavelmente finita, na esperança de criação de uma melodia intemporal, arrepiante, que dê sentido à trivialidade do ser, criando o estar, proporcionando o chegar. Ouvimo-nos como se soubessemos, como se nos conhecessemos e àquilo que cantamos, não sentimos como outros sentem e, graças a isso, as nossas vidas tornam-se numa banda sonora, com diferentes ritmos, diferentes sons, pois recriamos aquilo que inventamos, procurando sempre algo que parece não chegar, aquele som, aquela nota, aquele arrepio, aquela palavra.

Como é bom.

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