terça-feira, 22 de junho de 2010

Secrets



Fechado,
o segredo é mantido e resiste,
Como uma porta sem chave, nem fechadura.
Todos nós nos mantemos lá dentro, no escuro, na luz,
O que o vento deixa escapar abre asas ao desconhecido, ao curioso.
Nunca ninguém sabe, nem os que pensam que sim, nem os próprios.

Não se conhece a criação, as raízes, o destino.
Segreda-se pelos ouvidos das paredes,
Segredos alheios, secretos terceiros,
A imagem é distorcida ao fruto da imaginação,
A porta é forçada, espiada, esmiuçada,
Nunca foi aberta, revelada, escancarada. Nem podia.

A sede pelo conhecimento torna mordazes em incapazes,
Incapazes de guardar, partilhar, sequer abrir, se entrar,
Especulações lançadas ao ar como fogo de artifício,
Bonitas, plausíveis, efémeres, irreais, mortais.
Rasgam verdades e laços com o bruto contacto,
O espaço é invadido, o nosso, o deles, dos outros.

Somos, para os outros, aquilo que lhes mostramos,
Não deixamos de ser menos Nós por não mostrarmos tudo o que somos,
Somos decifráveis tanto quando queremos, quanto podemos,
Aquilo que somos para nós é o que outros buscam, o segredo.
Esquecendo o(s) seu(s) na gaveta, a sua chave, a inexistente, a procurada,
Nunca (talvez) achada.

E continuam.

(...) Every (one) has their own little secret, right?


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