segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mask(ed)

Vemo-nos, muitas vezes, e sem perceber, postos numa encruzilhada não de identidade, mas de entidade social e pessoal a que nós proprios nos sujeitamos e que nos faz questionar-nos e àqueles que nos rodeiam. É de comum senso que a todas as pessoas são colocados, pelos mesmos ou não, excertos de mentira e de não verdades, muitas vezes mízeras, mas que se acumulam na nossa face e criam uma máscara, desejada ou não, e que irremediavelmente nos escondem daqueles que nos vêem, daquilo que nós vemos. Expressões são camufladas em outras não desejadas e acabam transformando a nossa pessoa perante outros. A importância desses outros vem da sua, nossa esperada, empatia social, pessoal, humana, pois vivemos uns com os outros, sozinhos. A máscara certamente dará a quem a tem uma segurança, privacidade e uma exposição ocular mais clara e silenciosa, mas de fantasias já a mente está repleta. A máscara tenderá a pesar, descaír, partir, e a pessoa que se (re)descobre começa uma estranha perante si mesma, perante outros.

O importante é criar um equilibrio entre a fantasia e a realidade, entre o ser e o estar, pois sem um recanto fantasiástico a realidade torna-se demasiado crua, impossibilitando as pessoas de escaparem para o que é seu, por instantes, para conseguir ter o poder de criar a realidade pelos seus olhos, com os nossos e para os nossos, como para nós.

Ver-se.

Sem comentários:

Enviar um comentário